Esqueça o Luxo Óbvio: Minha Experiência Imersiva no 100 Maneiras, em Lisboa
- Laene Carvalho
- 26 de mai.
- 2 min de leitura
Nem todo jantar é só um jantar. Alguns atravessam a gente. Foi exatamente assim no 100 Maneiras, em Lisboa.
Sabe aquele lugar onde você entra e o tempo muda? Onde o silêncio tem um som bonito, o cheiro é difícil de nomear (mas você sente), e até a luz parece ter uma intenção? Foi isso que vivi ali.
Desde a primeira porta, já entendi que não estava indo “comer fora”. Estava entrando num universo. E tudo, absolutamente tudo, tem propósito. O uniforme da equipe, por exemplo, é inspirado na Bósnia, terra natal do chef Ljubomir Stanisic. Não é pra parecer bonito — é pra contar de onde ele veio. Pra te lembrar que ali, cada detalhe tem alma.

O ambiente tem luz baixa, som escolhido a dedo, aroma de madeira, vinho e algo mais... algo que acolhe. É difícil explicar, mas você sente que está num lugar onde o luxo não é ostentação. É presença. É intenção.
A equipe? Quase imperceptível. Eles aparecem quando você precisa, somem quando você está absorvido. Não servem pratos. Servem histórias.
E os pratos... ah, os pratos! Cada um é como um capítulo da vida do chef. Tem infância, tem dor, tem exílio, tem reconstrução. Tem sabor que provoca, textura que desconcerta, combinações que fazem você parar por uns segundos antes da próxima garfada. Teve um momento que pensei: "isso é dele, mas agora também é meu". É bonito quando a comida vira linguagem assim, né?

A sobremesa não encerra a experiência. Ela só te dá a chance de respirar antes de sair. Porque quando você vai embora, a sensação vai junto. E te acompanha por dias.
Sobre o espaço: tudo foi desenhado pra não brilhar mais do que a história. As paredes são escuras, mas não te oprimem. As peças têm alma, as luzes contam cenas. Cada material, cada curva, foi escolhido pra provocar sensações. Sem gritar. Só sussurrando.
É um tipo de arquitetura que acolhe, não exibe. Você sente, mas nunca se distrai. Porque ali, a experiência sempre vem primeiro.
Pra mim, o 100 Maneiras é uma lição viva de que luxo de verdade é intenção. Não é o prato mais caro, nem a decoração mais elaborada. É o ritmo que respeita seu tempo. É ser tocado por algo sem saber explicar bem o porquê.
E me fez pensar: quantas marcas, quantos espaços, quantas experiências estão tentando impressionar... quando na verdade deveriam estar tentando tocar?
O 100 Maneiras mostra isso com coragem. Que hospitalidade de verdade é aquela que a gente sente na pele, mesmo sem entender todas as camadas. Que ser lembrado é mais sobre a emoção que ficou do que sobre o prato mais bonito que saiu da cozinha.
E talvez seja isso que toda marca com alma deveria buscar: ser presença. Ser memória. Ser algo que permanece, mesmo depois que a gente já foi embora.
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